sábado, 12 de dezembro de 2009

Aulas de Voo




O conhecimento

Caminha lento feito lagarta

Primeiro não sabe que sabe

E voraz contenta-se com o cotidiano

orvalho

Deixado nas folhas vívidas das manhãs




Depois pensa que sabe

E se fecha em sí mesmo:

Faz muralhas

Cava trincheiras,

Ergue barricadas.

Defendendo o que pensa saber

Levanta certeza na forma de muro

Orgulha-se de ser casulo.






Até que maduro

Explode em Voos

Rindo do tempo que imaginava saber

Ou guardava preso o que sabia.

Voa alto sua ousadia

Reconhecendo o suor dos séculos
No orvalho de cada dia.




Mesmo o voo mais belo

Descobre um dia não ser eterno.

É tempo de acasalar

Voltar à terra com seus ovos

Á espera de novas e prosaicas lagartas.




O conhecimento é assim

Rí de si mesmo

E de suas certezas.

É meta de forma

Metamorfose
Movimento

Fluir do tempo

Que tanto cria como arrasa

É preciso tanto o casulo

Como a asa.


Mauro Lasi









Oficina de Avaliação

Música para massagear o Ego

Obrigada a todos os colegas e companheiros cursistas
" A análise do auto conhecimento muitas vezes nos leva a pensar em mudar,
nesse momento:
Os sábios agem...
e os tolos acomodam."

Erika Braga


Iniciamos nossa oficina com o slide "A bagagem" de um Autor Desconhecido, onde refletimos a necessidade de,sempre,verificarmos nossa bagagem e excluir os sentimentos que a deixa cada vez mais pesada.Rever os nossos conceitos e buscar inovações afinal de contas a vida é uma escola onde sua pedagogia é alicerçada em aulas práticas.
Após esse momento passamos a auto avaliação dos cursistas, onde cada cursista recebeu um roteiro para que respondessem e ao final socializamos as respostas.
Pude perceber,através dos relatos que muitos cursistas estão engajados na inovadora metodologia do Gestar, porém alguns "piruás" apenas vestiram a camisa temporariamente.
Percebí que o Gestar veio para sanar uma carência educacional, onde o aluno estuda por muitos anos e ao deixar os bancos escolares se deparam com a sensação de despreparo para com a vida em sociedade.Através de pedagogias inovadoras e democráticas, o Gestar inicia um longo processo de mudanças na educação e desperta em nós,educadores,um olhar diferente que nos norteará em busca de práticas que levem nossos alunos a fazerem o efetivo uso da linguagem como instrumento de comunicação e consigam, através da mesma,expressar seu pensamento interagindo diante das diversas situações vividas no seu dia-a-dia.
Nosso principal objetivo é construir uma concepção de saber que vislumbre a multiplicidade;um currículo e uma escola nos quais nossos alunos possam dominar as diferentes ferramentas que permitam seu acesso aos saberes possibilitados por esse mundo, e possam aprender a relacionar-se com os outros e com o mundo em liberdade.
Finalizamos nossos encontros com a dinâmica "Construindo uma Escola" e com a sensação de missão "Comprida" pois nosso caminho é muito longo até que possamos "cumprir" nossa tarefa de tranformadores da educação
.
Adriana Aurora Galvão Alencar

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Oficinas 11 e 12 da TP6


"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas,


que já tem a forma do nosso corpo,


e esquecer os nossos caminhos,


que nos levam sempre aos mesmos lugares.


É tempo da travessia:


e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado,para sempre,


à margem de nós mesmos."


Fernando Pessoa








Iniciamos nossa última oficina no dia 05/12/2009 com o slide"O menino, a avó e o lápis" de um Autor desconhecido.Uma linda mensagem que nos estimula a deixar sempre nossas marcas, como um lápis.

Após esse momento passamos ao estudo, mais detalhado da TP6.

Apresentei aos cursistas o slide "A arte de Argumentar" de Antônio Suarez Abreu, onde pudemos refletir, discutir e identificar características argumentativas em diferentes gêneros textuais, para demonstrar que a argumentação é um ato inerente à língua, independente do suporte que a mesma se utiliza, e que o ato de argumentar deve ser trabalhado em sala de aula através de propostas a serem desenvolvidas com atividades de leitura, oralidade e escrita para ampliar a capacidade argumentativa dos alunos.Capacidade, esta, que deve ser desenvolvida desde cedo, não só para que saibam defender seus pontos de vista, mas também para conseguirem reconhecer a validade dos argumentos diariamente por outras pessoas e não aceitarem simplesmente porque a fala do outro é atraente e envolvente.

Distribui os textos: "30 anos" de Affonso Romeno de Sant'Anna; "Professor não é coitado" de Gustavo Ioschpe; "Remédios são venenos" de Fernando Travi; "intenções por traz das palavras" de Stephen Kanitz e "Tempos difíceis" de Racionais MCs, para que os cursistas identificassem as marcas argumentativas em suas organizações e , posteriormente,fizessem a análise dos diferentes tipos argumentativos que os sustentavam.Foi um momento muito rico da oficina, onde pudemos trocar ideias e compartilhar diversificados pontos de vista.

Passamos a discussão sobre a importância do planejamento na produção textual.Trabalhei a dinâmica " Preparando uma viagem",onde cada cursista deveria planejar uma viagem a qualquer lugar, fazendo um levantamento geral de gastos e efetivação da mesma.Ao final fizemos a socialização e possíveis alterações coletivas.

Iniciamos os relatos de experiências, onde os cursistas relataram haver aplicado o avançando da p.91 onde os alunos listaram fatos importantes em suas vidas e ,posteriormente ,criaram textos narrativos sobre os mesmos.Claro que as dificuldades existiram,resistência,ortografia,incoerência etc; mas nada que um acompanhamento individualizado não resolvesse.Pudemos perceber, através de alguns textos, selecionados pelos cursistas, a carência afetiva e social no contexto de grande parte dos alunos,o que, certamente, interfere negativamente na aprendizagem.

Fizemos uma pausa para o almoço e para o sorteio do amigo oculto.

Retomamos nossas atividades com a dinâmica dos livros.Os cursistas foram divididos em duplas para que apresentassem a leitura de um livro de diversas formas(chorando,gargalhando,soluçando,gritando etc).Os cursistas amaram a dinâmica e pudemos analisar o quanto é fácil motivar nossas aulas.

Após esse momento trabalhei com os cursistas o texto "tabagismo passivo" para que fizessem uma revisão coletiva utilizando e refletindo o roteiro abaixo.


  • Procedimentos diferenciados utilizados para a elaboração do texto:

a)Foi estabelecido um tema?

b)Houve levantamento de ideias e dados?

c)Houve planejamento?

d)Foram feitos rascunhos?

e)Qual a qualidade de apresentação visual da versão final?



  • Redação de textos considerando suas condições de produção:

a)Qual é o gênero do texto?

b)O texto atingiu sua finalidade?

c)Quem foi o interlocutor eleito?

d)Quais os lugares onde esse texto vai circular ou pode circular?


  • Marcas de segmentação utilizados com base no gênero textual.Avaliação da correta utilização de:

a)Titulo e subtitulo;

b)Paragrafação;

c)Pontuação e outros sinais gráficos;


  • A letra está legível?

  • Os mecanismos de coerência e coesão textuais são utilizados, conforme o gênero e os propósitos do texto:

a)As partes do texto encontram-se ordenadas de forma a garantir a compreensão do texto?

b)Foram selecionadas palavras adequadas ao tema?

Finalizamos nossa oficina com o slide"Violino", uma linda mensagem de motivação que nos incentiva a exercer o nosso talento, buscando a perfeição, ainda que só nos reste "uma corda",essa será a nossa persistência.E terminamos com a seguinte frase:


"Vitória é a arte de você continuar onde os outros resolvem parar."


Adriana Aurora Galvão Alencar









sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Oficinas 3 e 4 da TP2

Exposição de artesanato das escolas Municipais



" Haverá muito o que mudar, antes que o ensino de Português possa ser o que deve - um processo no qual o professor e os alunos entre sí, se enriquecem reciprocamente, compartilhando sua experiência vivida de língua(...). Mas a mudança virá daqueles que vivem o ensino, não daqueles que especulam sobre ele.De dentro."

Ilari(1985)



No dia 28/11/2009 realizamos as oficinas 3 e 4, referentes as unidades 5,6,7 e 8 da TP2.

Iniciamos a oficina 3, que trata da gramática e seus vários sentidos ,bem como a frase e sua organização, com o slide "O gigolô das palavras", de Luiz fernando Veríssimo onde refletimos sobre o ensino da gramática em nossas escolas.

Através das discussões pude perceber a grande dificuldade dos cursistas em trabalhar a gramática de forma contextualizada, mas é esse o nosso desafio: Transformar a nossa prática com o objetivo de levar o nosso aluno a questionar e interferir na realidade.

Na verdade a gramática tradicional tem sido privilegiada e enfocada sempre como uma obra acabada, sem consideração para o que tenha representado em termos de esforço de pensamento. as aulas de Língua Portuguesa tem sido sinônimo de aula de gramática. É muito comum escutarmos de um aluno que não gosta de Português,quando na verdade eles querem dizer que não gostam do modo como lhes é passado o conteúdo da matéria; quase sempre através de regras, exercícios descontextualizados de uma estrutura que ele só vê nos livros, nunca no dia-a-dia. Como não não gostar da " língua" que ele fala cotidianamente, com qual se comunica , lê e pensa?

Após uma longa discussão ouvimos e analisamos a letra da música "Estudo Errado" de Gabriel Pensador.Muitos dos cursistas relataram se viram ora como alunos(tendo que decorar),ora como professores(cobrando a decoreba dos alunos) e chegamos a conclusão que uma boa aula de gramática será aquela em que o sujeito não se torna objeto; em que nós não precisamos nos sujeitar aos bons conselhos e, também muitas vezes, aos caprichos da gramática para comunicar, com toda a riqueza expressiva do idioma, nossas idéias e sentimentos.Aquilo que o aluno sabe reflete a gramática internalizada; a comparação sem preconceito das formas possíveis de serem produzidas é tarefa da gramática descritiva; e a explicitação da aceitabilidade ou rejeição de tais formas, bem como o domínio da adequação de uso dessas formas na escrita é tarefa da gramática normativa.

Em seguida iniciamos os relatos das atividades aplicadas pelos cursistas.Muitos deles relataram que, devido o período de avaliação e recuperação, não tiveram tempo de aplicar nenhum avançando, porém trabalharam algumas atividades da AAA2.Três dos cursistas aplicaram o avançando da página 56 que propunha a produção de textos a partir de imagens.Utilizaram-se de imagens antigas de nossa cidade, onde os alunos puderam comparar e produzir textos, predominantemente, descritivos.Onde puderam perceber as possibilidades de trabalho em análise linguística dentro de textos produzidos pelos alunos.

Finalizamos a oficina 3 com o slide "Aprendi com minha mãe", onde nos divertimos bastante, pois a cada apresentação, nos víamos ali, como atores principais daquelas situações.Fizemos uma breve discussão da forma como a escola, mesmo diante de tal situação, ainda considera que a criança chega até a sala de aula como um papel em branco.Descartando e substimando o que a vida em sociedade a ensina.


"A língua... é uma ponte que te permite atravessar com segurança de um lugar para outro."
Arnold Wesker


Iniciamos a oficina 4, que trata da arte suas formas e função, bem como a análise literária, com o slide "Trem das cores" de Caetano Veloso, onde refletimos como a arte está tão presente em nosso cotidiano que, muitas vezes, nem percebemos sua beleza e importância.Chegamos a concluir que o personagem é um passageiro de trem que observa e admira a vida utilizando-se de linguagem conotativa e elementos figurados para expor seus sentimentos.
Após esse momento os cursistas foram divididos em duplas para que refletissem sobre as formas de arte que tem contatos diários e nem se davam conta até o estudo desta unidade da TP.Posteriormente fizemos uma roda de conversa, onde cada dupla apresentou suas observações.
Foi uma discussão muito proveitosa onde pudemos perceber que o gosto e a sensibilidade de apreciar a arte variam de pessoa para pessoa, de região, de sociedade, de época. Assim, as manifestações artísticas trazem a marca do tempo, do lugar e dos artistas que a criaram, pois refletem esta variação no conceito de beleza e na função do objeto artístico. Onde, o artista pode se manifestar de diversas formas: pelo som, pela linguagem verbal, oral ou escrita, pela imagem visual ou pela linguagem corporal, ou ainda, pela mistura de várias linguagens.
Os cursistas trabalharam o avançando da p.118(poema Serão de Junho)com leitura, ilustração e escrita em turmas de 8º ano, pois segundo eles não conseguiriam trabalhar em turmas de 6º ano devido a maturidade.
Passamos a atividade de interpretação da charge de Quino, onde houveram interpretações bem diversas, porém, em todas, pude perceber que chegaram à mesma conclusão quanto relataram se tratar da desigualdade social em relação a patrão e empregado.Os bilhetes produzidos ficaram ótimos e bem irônicos.
Finalizamos nossa oficina com o slide "Figuras de Linguagem" de João Amálio Ribas, onde visualizamos diversificados trechos de músicas e identificamos aspectos semânticos, sintáticos e fonéticos utilizados pelos compositores.

Adriana Aurora Galvão Alencar